O Ozono na Medicina

Foi descoberto em 1840 pelo químico alemão Christian Frederick Schönbein da Universidade de Basileia, Suíça.

Os primeiros geradores de ozono, foram desenvolvidos por Werner Von Siemens no ano de 1857 e em 1870 surge a primeira informação sobre o OZONO como purificador do sangue.

O primeiro livro sobre ozono, como terapia médica, foi escrito pelo Dr. Charles J. Kenworth, tendo sido patrocinado pela Associação Médica da Florida. Em 1902, J.H. Clarke em Londres, publica “O Manual Pratico do Médico”, que descrevia a utilidade da água ozonada para tratar anemias, diabetes, gripe, envenenamentos, e dores do cancro.

Em 1913, foi criada a primeira Associação Alemã de Ozonoterapia pelo Dr. Blass. Durante a 1ª guerra mundial, o ozono foi usado para tratar feridas infectadas e gangrenas.

Em 1920 o Dr. Charles Neiswanger, do hospital de Chicago, publica a “Practica Terapêutica”, dedicado exclusivamente ao “ozono como agente terapêutico”.

Em 1926, o Dr. Otto Warburg do Instituto Kaiser de Berlin, anunciou que a causa do cancro está no défice de oxigénio a nível celular. Foi agraciado com o prémio Nobel da Medicina em 1931.

Em 1932 , o ozono foi usado em Odontologia pelo médico Suíço Dr. E. Fisch.

Em 1934 um grupo de médicos Franceses (Drs. Auburg e Lancastre) iniciam tratamentos de ozono por via rectal.

Em 1953 o Dr. Hans Wolff na Alemanha, escreveu o livro Ozono Médico e criou a primeira Escola para Médicos de Ozonoterapia.

Em 1957, O Dr. Hansler patenteou um gerador de ozono, que tem sido a base dos tratamentos dos últimos 50 anos.

Em 1961 , o Dr. Wolff introduz a pratica da Auto-hemotransfusão Maior e Menor.

Em 1979, o Dr. George Freibott trata o seu primeiro paciente de SIDA com ozono com êxito.

Em 1987, a Drª Viebahn, publica o “Uso de Ozono em Medicina”.

Em 1990, os médicos Cubanos- Dra. Silvia Menendez, Frank Hernández e Ofílio Peláez, publicaram com enorme êxito no tratamento com ozono da Retinose Pigmentar e Retinopatias. Estes médicos fundaram o primeiro Centro de Investigação de Ozono no Mundo.

Em 2010 foi assinada a Declaração Internacional de Madrid sobre OZONOTERAPIA MÉDICA, (rectificada em Junho 2015) assinada na Real Academia Nacional de Medicina em Madrid a 3-4 de Junho por mais de 20 países representados pelas suas Escolas Médicas de Ozonoterapia, que fazem parte integrante da FIOOT (Federação Internacional de oxigeno-ozonoterapia), onde foram criadas as Guide Lines para o Uso e Tratamentos, bem como doses terapêuticas para a Ozonoterapia Médica.

Neste momento, mais de 15.000 médicos em todo mundo, utilizam e recomendam a Ozonoterapia.

O Ozono

 

O ozono é uma forma alotrópica do oxigénio, sendo a sua molécula constituída por três átomos de oxigénio, que se forma a partir da dissociação de dois átomos de oxigénio(O), em que cada átomo libertado, se une a uma outra molécula de oxigénio (O2) formando moléculas de ozono (O3).

Em medicina, o ozono é produzido a partir de oxigénio puro, com geradores eléctricos que regulam os níveis de concentração. É um gás altamente instável, reactivo e extraordinariamente selectivo para as ligações duplas de carbono. Assim o átomo de oxigénio extra que é libertado da molécula de ozono confere ao ozono a sua acção desinfectante, antivírica e antitóxica, maior difusão e perfusão e oxigenação dos tecidos.

Quando a molécula de ozono contacta com algo possível de oxidar, a carga estática da molécula de ozono é transferida para a molécula vizinha. Tal ocorre porque o ozono é uma molécula instável voltando sempre à sua forma original: o oxigénio (O2). O ozono consegue assim oxidar uma vasta gama de materiais, mas também odores, microrganismos, vírus, fungos e bactérias.

 

 

Ozonoterapia

A Ozonoterapia é o conjunto de técnicas que utilizam o ozono como agente terapêutico num grande número de patologias. É uma terapia totalmente natural com poucas contra-indicações e efeitos secundários mínimos, sempre que se realize correctamente. O ozono possui propriedades analgésicas, anti-inflamatórias, drenantes, oxigenantes, antioxidantes e anti-radicais livres, o que faz da Ozonoterapia um tratamento de medicina alternativa versátil e cada vez mais popular.

As misturas de ozono e oxigénio terapeuticas tem sido utilizadas desde a Segunda Guerra Mundial, no tratamento das mais variadas patologias e feridas de guerra. Desde então, o uso médico do ozono tornou-se cada vez mais importante devido ao seu efeito imunomodulador, eutrofizador e antimicrobiano. Estas misturas desencadeiam uma reactivação da respiração intracelular a nível mitocondrial, ao aumentar a concentração de oxigénio no sangue arterial e por imunomodulação dá-se a excitação de células imunocompetentes e libertação de IFN, IL, TNF, GM-CSF e TGF, tendo assim um efeito revitalizante no paciente ao restaurar o metabolismo do oxigénio anteriormente perturbado, produzindo efeitos imunoestimulantes, desintoxicantes e anti-infecciosos. Além disso, o efeito oxidativo local tem um caráter antiséptico.

Estas propriedades sugerem e tem vindo a obter resultados nos quais o ozono tem um efeito promotor sobre a cura de feridas, úlceras, infecções locais, queimaduras e feridas problemáticas.

Em Medicina Dentária

A Ozonoterapia foi recentemente adicionada ao arsenal da Medicina Dentária para o tratamento adjuvante de cáries dentárias, desinfecção do tecido dentário e tratamento de patologias da mucosa e tecidos orais. O ozono pode promover a descontaminação de uma área afetada por cárie ou outra patologia de forma eficiente, menos traumática para o tecido e mais confortável para o paciente. A aplicação de ozono para matar bactérias, vírus e fungos no tecido deteriorado promove uma diminuição da possibilidade de re-infecção dos tecidos, pois o ambiente torna-se hostil para a recolonização destas bactérias patológicas.

O uso da Ozonoterapia pode vir a revolucionar a Medicina Dentária tradicional. A sua aplicação pode possivelmente preservar o tecido dentário promovendo a sua remineralização, o qual seria removido nos tratamentos tradicionais. Além disso, a redução do uso de instrumentos rotatórios pode reduzir o medo e a ansiedade dos pacientes durante os procedimentos.





 
 
  

 
 

Contra-Indicações da Ozonoterapia

As contra-indicações para o tratamento com ozonoterapia são:

  • Favismo (deficiência da enzima glucose-6 fosfato-dehidrogenase)
  • Grave Hipertiroidismo
  • Intoxicação alcoólica aguda